quinta-feira, 24 de maio de 2012

Semana da Luta Antimanicomial





Cunha, J. A. (2004). Psicodiagnóstico V. Porto Alegre: ArtMed. (capítulos iniciais).


Weiner, I. B. (2000). Princípios da interpretação do Rorschach. São Paulo: Casa do Psicólogo. (capítulos iniciais)

A saúde é a vida no silêncio dos órgãos

Pois aquele que fala em línguas, não fala aos homens, mas a Deus.
Ninguém o entende, pois ele, em espírito, enuncia coisas misteriosas.

São Paulo em 1Cor 14:2


As pessoas falam da psicose como decorrência de processos de desagregação psíquica, fragmentação egoica, esvaimento das fronteiras do eu, fruto de traumas psíquicos muito fundamentais, precoces. Meu contato com a psicose, no entanto, não traz nenhuma dessas sensações. Ao falar com uma pessoa louca, em crise (ainda que passado o período mais agudo, amainados os terrores mais graves) eu não percebo esse distanciamento todo, essa dificuldade toda, essa desagregação, fragmentação, ruptura, desesperança. O que eu vejo, percebo e escuto é algo muito semelhante aos sentimentos que eu mesma tenho. também tenho um terror de cair pra sempre, de não ter pele, de ter meus pensamentos roubados, de não me reconhecer no espelho. É claro que estas imagens/construções são evanescentes e não me aparecem senão por meio da dúvida (será que eu vi realmente esse terror todo? ou estou só apavorada demais?) A diferença se encontra na certeza dos psicóticos, o que lhes confere a desrazão que lhes atribuímos.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Sinto muito, eu nada sinto.


E olha que consegui sustentar um tempinho. Tô crescendo e isso faz os ossos doerem. Fico com essa carapaça dura pq sou frágil feito gelatina e se eu me abro, quero tudo. Voraz demais, faminta. Essa noite eu não dormi nada, fiquei assistindo desenho animado, com vontade de ficar mais endurecida ainda, a ponto de morrer logo de fome. Petrificada. Eu sempre fui muito curiosa, se eu me abro à experiência é porque realmente queria me jogar no mundo. Mas eu me seguro nas bordas com medo de me afogar e fico hiperventilando, chorando e quase sempre na meia bomba. Comendo saladinha em pânico. Covarde.
Tô sem conseguir ler uma linha há mais de uma semana. Longe da minha família e me sentindo mal demais pra conseguir relevar e perdoar e largar essas preciosas amarguras logo de vez. Isso pq acho que é o que me amarra a eles. Sem isso eu ficaria mais leve que o ar e essa é uma sensação apavorante. Esse bando de Fr é uma farsa, o mestrado é de mentira, meu pseudo QI 400 não serve pra merda nenhuma. Sei que surtar é bom porque abre oportunidades para transformações. Mas saber disso não ameniza o medo que eu tenho da minha própria loucura.
Queria saber poder produzir algo dessa Adj.D +3. Mas eu penso penso penso penso penso e só o que eu vejo é sombreado difuso. Paralisante.