terça-feira, 30 de agosto de 2011

Problemáticas e problemáticas

Lendo o artigo da Elsa de Oliveira, e considerando as últimas aulas. Falei em aula hoje sobre o blog e sua característica intimista, me senti mais encorajada para vomitar com força, em vez de ficar só procurando forma. Afinal de contas, minha interlocução comigo mesma não me faz só tomar no cu. Fico falando e falando, e um jeito importante de lembrar as ideias que fogem é simplesmente jot them down.
O artigo fala da importancia da teoria desenvolvida por Winnicott para a clínica, apesar de nao haver a sistematização de uma técnica, assim como Freud o fez. Na perspectiva winnicottiana, os distúrbios mentais são caracterizados por falhas ambientais em alguma fase do amadurecimento do indivíduo. Quanto mais precoce esta falha, mais grave o distúrbio mental. Isto traz considerações importantes não somente para o manejo clínco, mas também para o psicodiagnóstico. Para Winnicott, se soubéssemos bem diagnosticar, economizaríamos muito desespero e sofrimento para nossos pacientes.
Minha inquietação é se Winnicott, Rorschach e McGorry dialogam. Pq a perspectiva internacional de intervenção precoce também pontua a importancia de bem avaliar para poder intervir com ferramentas sensíveis e específicas, e aqui eu consegui justificar a metodologia de avaliação como o Rorschach, por ser rápida e eficiente, faz sentido na IP.
Já com Winnicott, dava para forçar a barra e dizer que os achados anteriores demonstravam como as crises do tipo psicótica, por mais que não dissessem sempre sobre estruturas psicóticas, estão muito mais relacionadas a dificuldades ambientais, interrupções no desenvolvimento. Isto também é verdade na clínica do gipsi, e é preciso atribuir a devida importância para o psicodiagnóstico adequado. Ai ai, nem assim ficou bom, ainda está muito forçado.
Psicodiagnóstico em Winnicott - O ambiente e os processos de maturação, as contribuições da psicanálise para a classificação psiquiátrica: neurose, depressão, tendência antissocial e psicose. Não sei se a (minha) compreensão das primeiras crises faz sentido com Winnicott. Sou do psicodiagnóstico estrutural e dinâmico, com a personalidade como contexto para a psicopatologia (nossa, sou bem mais Marcelo Tavares do que estou disposta a assumir). A interação da compreensão psiquiátrica das primeiras crises, com uma perspectiva mais psicanalítica (não necessariamente winnicottiana, porque é psicodinâmica). E o medo de pegar de winnicott só o que me faz sentido? Como fazer dialogar epistemologicamente Exner e Winnicott? E a questão da construção de política publica? E a constelação, isso ainda pode fazer sentido se eu partir do arcabouço teórico winnicottiano?

Um primeiro esboço sobre o objetivo da pesquisa:
O objetivo desta pesquisa é descrever e sistematizar aspectos estruturais e dinâmicos da personalidade de indivíduos em primeiras crises do tipo psicótico ou em fase prodrômica atendidos no gipsi, na construção de uma contelação psicodiagnóstica de pródromos.
nem sei se vou continuar com esta história de pródromos. a gente vai precisar de uma oficina metodológica só pra falar de novo sobre este conceito.

O que era antes:
O objetivo desta pesquisa é investigar, sob a ótica psicanalítica winnicottiana, dados dos protocolos de Rorschach de clientes em primeiras crises do tipo psicótica ou em fase prodrômica, atendidos pelo gipsi. Tem como objetivo específico a sistematização dos dados dos protocolos na construção de uma constelação prodrômica. A constelação teria por objetivo uma descrição específica das primeiras crises e usa compreensão sob o olhar winnicottiano, investigar em que medida pode desconstruir a consideração tradicional da psicose. O apriorismo vem do trabalho desenvolvido na cl=inica das primeiras crises no gipsi, a desconstrucao do conceito de esquisaobrenia feito por Szasz-Costa e o uso do Método de Rorschach em trabalhos anterirores, o qual pode identificar que os sujeitos não apresentam sinais clássicos de psicose. Tese da Nerícia, não sei o que aconteceu, mas parece que este trabalho vai demorar horrores, preciso que meu orientador me diga coisas neste sentido...

Continuo com a ideia de pródromos ou vou para as primeiras crises de fato? daí seria uma constelação de primeiras crises? É um aspecto dinâmico e funcional da persnalidade, já que não se trata de psicose instaurada, mas sim de um processo que pode "se reverter" com intervenções adequadas?
O que é psicose?
Como avaliar psicose?
O que são primeiras crises?
Como avaliar nas crises?
Nas primeiras crises, o estranhamento já estava presente anteriormente? Ou ele se torna agravado na medida em que as crises se repetem?
Descrever as primeiras crises pode levar a características comuns? Porque eu sempre achei um exagero ter que "construir uma psicoterapia para cada cliente". Até porque se a gente estuda desenvolvimento, ou no caso de Winnicott, amadurecimento, os apriores já existem, há expectativas muito grandes a respeito do bebê e de seu meio de desenvolvimento.
Estou quase dormindo aqui. Quando estiver melhor da cuca, eu continuo.

2 comentários:

  1. Engraçado, essa última frase não faz sentido nenhum~~
    ônus de escrever dormindo é que compartilhar as ideias brilhantes não é lá tarefa fácil. Vai entender as conexões que meu inconsciente fez pra dizer uma coisa dessas. Pobre loucura...
    Tão incompreendida.. iauhaiouh

    ResponderExcluir
  2. Hahahahah quinze dias depois do início das aulas... Hoje já tenho 3 meses e sinto que grande parte destes questionamentos está superada... Bom trabalho!

    ResponderExcluir