terça-feira, 20 de setembro de 2011

Psicose meus retalhos

Depois de duas semanas de crise, agora estou somatizando. Ainda está pouco, é só uma dor persistente no ombro direito, parece efeito de noites mal dormidas ou do papagaio que está sentado aqui, me falando mil coisas ao pé do ouvido.
Estou interpretando um Rorschach do GIPSI, e como está há duas semanas (à exceção de alguns paroxismos hipomaníacos), não consigo me concentrar, está tudo um tédio e as tarefas que demorariam algumas horas estão se estendendo por dias. Eu sei que há dias e há dias e há dias. Mas os dias mais parecem eternidades e duas semanas já viraram anos. Embora pareça que foi tudo ontem.
Na verdade, acho que minha percepção do tempo não voltou ao normal desde o surto de segunda passada. Também não estou tendo muita paciência para falar com quem quer que seja, sustentar o sorriso amarelo nos lábios. Ele pesa uma tonelada e eu prefiro correr três maratonas, girar ao redor da terra feito satélite. Me prender sem internet ou telefone num quarto isolado mesmo morrendo de preguiça de trabalhar, só pra ficar em paz. Por mais que abrir o facebook tenha sido, nas últimas semanas (em que eu o quis), o único contato menos doloroso com o meio externo.
Um exercício diário é abrir mão da lógica, do controle e da ordem, de mãos dadas com a loucura. Assistir ao deslizamento do significado pela primazia do significante. Ainda que ele seja uma coisa estranha como essa, teoria oca com seus significantes cheios de cola-hífen(parenteses), já que a linguagem compartilhada, sígnica é insuficiente para reportar ao conteúdo inconsciente inteiro. Ou (apenas) àquilo que serve para encher de pompa os que falam feito pseudo-não-loucos. Pobres neuróticos...
Pobre neurótica.
Inventei isso hoje: psicose meus retalhos
Nome novo para dor velha.
Vou pra aula. Creswell, caps 8, 9 e 10 (:

Um comentário: