Winnicott, 1962.
Nos estágios mais precoces no desenvolvimento da criança, os fenômenos vivenciados são as manifestações do que se poderia denominar id, mas não há id sem ego.
O ego é o próprio início -- processo de integração e diferenciação eu/não eu
O bebê é um ser imaturo que está continuamente a pique de sofrer uma ansiedade inimaginável - depende da capacidade da mãe de se por no lugar do bebê, que não existe sem ela.
Elemento esquizoide oculto em uma personalidade não-psicótica nos demais aspectos: ansiedades inimagináveis (falhas precoces ainda não percebidas como ambientais):
-Desintegração (falha na função da pele-envelope)
-Cair pra sempre (gravidade)
-Não ter conexão alguma com o corpo (localização da psique no corpo)
-Carecer de orientação (tempo e espaço)
Desenvolvimento do ego:
Integração (no tempo e no espaço): cuidado, holding
Personalização (ego corporal): handling, erotização
Relações objetais: apresentação de objetos
Integração vinda de onde? Elaboração imaginária do funcionamento do corpo desse novo ser humano que começou a existir e ter experiências que serão denominadas de pessoais.
Integração com o que? Constituição de personalidade no padrão da continuidade existencial. A criança cujo padrão é o de fragmentação na continuidade do ser tem uma tarefa do desenvolvimento que fica, desde o início (talvez das primeiras horas), sobrecarregada no sentido da psicopatologia.
A integração está rrelacionada à função ambiental de segurança, se baseia na unidade (I am alone).
I- pele limite (psicossomática, diferenciação não-eu);
am - existo (interação com o não-eu);
alone - há outras pessoas que percebem minha existência, na "rotação do espelho".
A desintegração é uma defesa sofisticada contra a não-integração na ausência de auxílio ao ego por parte da mãe, resultante da falta de segurança no estágio de dependência absoluta. O caos decorrente da desintegração parece ruim, mas ao menos é legítimo, pois se origina no bebê, ao contrário das ansiedades inimagináveis, que se originam da falha do ambiente.
O bebê desenvolve a expectativa vaga que se origina em uma necessidade não-formulada. A mãe, em se adaptando, apresenta um objeto ou uma manipulação que satisfaz as necessidades do bebê, que começa a se sentir confiante em ser capaz de criar objetos e criar o mundo real. Ela proporciona ao bebê um breve período em que a onipotência é um fato da experiência.
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